Logo eu!


Logo eu, que sempre fugi das BBC’S (Bodas, Baptizados e Casamentos), havia de me tocar uma destas!

Aquando da minha chegada ao local habitual, havia movimento desusado por lá. Talvez uma vintena de pessoas, de variadas idades, iam-se juntando e circulando por ali, mais ou menos onde costumo assentar arraiais. Vestidos com trajes mais ou menos formais – decotes acentuados, rendas, saias curtas, malinhas minúsculas e sapatinhos reduzidos e de salto, fatos escuros, camisas brancas, gravatas), havia-os para todos os gostos. E se, inicialmente, estavam agrupados, cedo se afastaram uns dos outros, em busca da sombra.
As criança, essas, estavam munidas dessas caixas pré-feitas de bolhas de sabão, generosamente distribuídas pelos adultos e com as quais se iam entretendo, enquanto o que quer que fosse não começava.
Mas patusco mesmo foi o constatar que havia quase tantas câmaras fotográficas, de todos os estilos e orçamentos, quantos os maiores de 14 anos. Porque mesmo os e as adolescentes se iam entretendo a dar ao dedo.

A minha chegada veio produzir algum sururu no meio deles. Aspecto estranho, artefacto insólito e indumentária desadequada. Lá consegui montar a tralha onde queria e apontada para onde queria, ou seja, para onde um dos grupos se tinha refugiado na sombra. Pouco depois, apercebi-me que iam perguntando uns aos outros quem me teria chamado para a função. Mas perguntas ao interessado – eu - é que nada!
Ao fim de um pedaço, lá me apercebi do que se tratava: Lá ao fundo, no portão e sendo a última a chegar como manda a tradição, vinha a noiva. Vestida de branco, com um belo de um ramo de flores (detalhe: vinha atado com uma corda, num nó interessante e de bonito efeito), lá subiu as escadas do coreto, para onde entretanto tinham passado todos os outros.
Apesar de irem passando por ali outros que não da festa, “rapei” da Pentax e fiz os bonecos que me apeteceram. Nada de “penetra”, que a festa não era minha, mas aquilo visto de cá de baixo até tinha a sua graça.
Acabada a função, depois da funcionária do registo se ter afastado em passo rápido e com um belo de um sorriso estampado na cara, postas ao vento as bolhinhas de sabão, o arroz atirado e as fotos feitas, uma das convivas mais atrevidas veio ter comigo.
Provavelmente informada por um outro que já tinha metido conversa, veio saber se eu estaria na disposição de fazer uma fotografia dos noivos. Logo eu, que não me meto nas BBC’s!
Mas claro que sim, para prazer deles e meu!
O artefacto deu barraca (muito uso e falta de afinação) e tive que pedir para a repetir mas sempre acabei por fazer uma fotografia clássica de casamento, daquelas que noivos e convidados gostam.
Dos detalhes de como se conheceram, do que fazem ou fizeram na vida, do porquê da cerimónia ali e de como dali seguiram para o copo-de-água, guardo isso para mim. Ou talvez para outro post.
Para já, vivam os noivos!

Texto e imagem: by me

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