Soft drink


M., J. e L. são três rapazes, respectivamente de 9, 4 e 8 anos.
Partindo do cobertor onde, com os pais, gozavam de um pic-nic na relva do jardim, correram para mim.
Depois das boas tardes (ainda há quem inicie uma conversa com uma saudação!) perguntaram-me o preço de uma fotografia. Ao ouvirem a palavra grátis, seguida do trocadilho “de borla”, olharam uns para os outros e pediram-me para fazerem uma.
Os seus tamanhos não enganavam muito quanto às idades, pelo que lhes disse que fossem pedir aos pais. Se mesmo de onde eles estavam, me acenassem que sim, claro que teria todo o prazer em a fazer.
A conversa gestual à distância foi inequívoca e lá fizemos o retrato, mostrado de seguida, e após uma corrida, aos pais que se mantinham pacatamente a gozar o ameno da relva na tarde do pós-almoço.
Passado um pouco um dos petizes voltou a correr. Trazia na mão uma lata de Pepsi. Os pais mandavam-ma, que eu deveria estar com calor e sede, ali ao sol. Enfim, mais ou menos isto.
Meio atónito, agradeci a ele por palavras e aos pais por gestos, que os 50 metros que nos separavam impediam-me de deixar a câmara ao deus-dará.
E fui bebericando, que até me estava a saber bem.
Poucos minutos depois, um dos outros catraios, o mais novo, aproximou-se, trincando uma bolacha. Ia fazendo gestos a um dos outros para que viesse também, o que aconteceu. Trazia este uma caixa de plástico, redonda e laranja, que me ofereceu, dizendo-me:
“A minha mãe pede-lhe que tire uma fatia. É bolo de chocolate!”
Que tinha bom aspecto, tinha. E eu, mesmo que vontade não tivesse (que até tinha) haveria de aceitar esta gentileza!
O resto da tarde correu bastante bem e produtiva, o que não espanta com um prenuncio destes.
Mas, e como diz um dos photobloguistas Lusos:
“Viva quem faz!”

Texto e imagem: by me

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