Agora imaginem:
Estão de pé no meio de um jardim há horas. Deambulam em torno de uma câmara num tripé, fumando cigarros que vão deitando, conscienciosamente, no lixo depois de apagados. Com o olhar, vão analisando quem passa, tentando perceber se vai ou não parar e ter curiosidade. Em caso positivo, vão desenrolando a conversa e fazendo algumas fotografias.
Imaginem ainda que, já pelo fim da tardinha, depois de um bom pedaço sem gente que vos aborde, estão parados. Que a vossos pés pousa um bando de pombos. Que, de súbito, um deles levanta voo e vem pousar numa das vossas mãos. Que atrás dele vem outro, e ainda outro. Imaginem que ficam atónitos com a situação e que esta evolui para mais um pousado no vosso ombro.
Imaginem também que eles levantam voo e outros os substituem, sentindo nos dedos das mãos, esticados agora e na pele dos vossos antebraços, as garras de uma meia dúzia de pombos que, delicadamente, se firmam.
Imaginem mais ainda que, com alguma cautela, três garotos aí com cinco ou seis anos se aproximam, de olhos esbugalhados, e que vos perguntam como é que conseguiram fazer aquilo. E imaginem que não lhes sabem responder outra coisa que não seja pedir-lhes pouco barulho e pouco movimento para não os espantar.
Conseguiram imaginar?
Então conseguiram sentir o que eu mesmo senti hoje, pelas seis e tal da tarde, em pleno Jardim da Estrela.
Garanto que é tudo verdade, excepção feita ao pombo aqui retratado, num outro dia fotografado.
Afinal, com as mãos cheias de pombos, como poderia eu manobrar uma câmara?
Mágico, este Jardim!
Texto e imagem: by me
Estão de pé no meio de um jardim há horas. Deambulam em torno de uma câmara num tripé, fumando cigarros que vão deitando, conscienciosamente, no lixo depois de apagados. Com o olhar, vão analisando quem passa, tentando perceber se vai ou não parar e ter curiosidade. Em caso positivo, vão desenrolando a conversa e fazendo algumas fotografias.
Imaginem ainda que, já pelo fim da tardinha, depois de um bom pedaço sem gente que vos aborde, estão parados. Que a vossos pés pousa um bando de pombos. Que, de súbito, um deles levanta voo e vem pousar numa das vossas mãos. Que atrás dele vem outro, e ainda outro. Imaginem que ficam atónitos com a situação e que esta evolui para mais um pousado no vosso ombro.
Imaginem também que eles levantam voo e outros os substituem, sentindo nos dedos das mãos, esticados agora e na pele dos vossos antebraços, as garras de uma meia dúzia de pombos que, delicadamente, se firmam.
Imaginem mais ainda que, com alguma cautela, três garotos aí com cinco ou seis anos se aproximam, de olhos esbugalhados, e que vos perguntam como é que conseguiram fazer aquilo. E imaginem que não lhes sabem responder outra coisa que não seja pedir-lhes pouco barulho e pouco movimento para não os espantar.
Conseguiram imaginar?
Então conseguiram sentir o que eu mesmo senti hoje, pelas seis e tal da tarde, em pleno Jardim da Estrela.
Garanto que é tudo verdade, excepção feita ao pombo aqui retratado, num outro dia fotografado.
Afinal, com as mãos cheias de pombos, como poderia eu manobrar uma câmara?
Mágico, este Jardim!
Texto e imagem: by me
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